31.536.000 Death is Comming

Ando em baixo, em breve eu celebrarei dezoito primaveras.
Sinto que estou a envelhecer.
É certo que irei atingir a maioridade, o sonho de qualquer jovem.
Chegar aos dezoito anos comporta muita coisa, mais independência, mais responsabilidade e mais pêlos púbicos. É isso que nós queremos?
Nunca gostei de fazer anos e ainda bem que o faço apenas uma vez por ano, caso contrario deixava de os celebrar. E porque raio é que nós celebramos no dia em que ficamos um ano mais velhos? Que estupidez. É que, ao fim e ao cabo nós não estamos a celebrar uma contagem crescente, antes pelo contrário, estamos na realidade a celebrar uma contagem decrescente, para a morte. Por cada segundo que passa nós envelhecemos, e nem nos damos ao trabalho de pensar nisso quanto mais celebrá-lo, mas, ao fim de 31.536.000 segundos (exactamente um ano) decidimos celebrar. Fazemos uma grande festa, reunimos amigos, família, recebemos presentes, sopramos velas num bolo, cantamos uma música… para quê? Para celebrar o facto de estarmos um ano mais próximos do fim.
Se a intermitência da morte não nos afecta de modo algum, porque não andamos nós na rua com um sorriso nos lábios e a pensar “ estou a morrer, estou a morrer, morrer, morrer…”?
No dia vinte e dois de Fevereiro eu, como os demais masoquistas que povoam este mundo, irei celebrar a proximidade da minha morte, não o afastamento do meu nascimento. Ainda não decidi se farei a festinha da praxe em que os meus nobilíssimos convidados e amigos acabam no Bergas bêbedos que nem cachos, ou se, e em plena novidade, faço uma festinha mais íntima, com um número reduzido de pessoas, amigos sim, mas daqueles que não são convidados. Sou um indeciso por natureza, e, muito provavelmente esta será uma decisão a ser tomada muito próximo do dia 22.

Brevemente uma nova teoria: que irá mudar o pensamento humano… …. … … … … Outra vez